Os efeitos psicológicos mais imediatos da pandemia em crianças e adolescentes já foram confirmados, inclusive por meio de estudo. Uma pesquisa realizada na província chinesa de Xianxim com 320 crianças e adolescentes apontou dependência excessiva dos pais (36%), desatenção (32%), preocupação (29%), problemas de sono (21%), falta de apetite (18%), pesadelos (14%) desconforto e agitação (13%). Para ajudar os profissionais da educação a lidar com essa carga emocional intensa, o Programa Soul - voltado ao ensino socioemocional e à meditação - desenvolveu uma metodologia de apoio com base no acolhimento nas escolas. A iniciativa recebeu o nome de "Semana do Acolhimento" e traz uma proposta de conteúdos estruturados com foco socioemocional para alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. De acordo com Flávia Sato, especialista em gestão emocional e diretora de conteúdo do Programa, uma abordagem estruturada para trabalhar a gestão emocional dos alunos durante a retomada será crucial para gerenciar diferentes emoções que estão potencializadas: ansiedade com o novo começo, alegria de ver os amigos, preocupação com as novas regras da escola e dúvida com relação a nova rotina. "Muitos alunos podem ter vivido perdas significativas nesse período de isolamento. À medida que se adaptam à rotina escolar, eles podem ter emoções e sentimentos fortes, especialmente nas primeiras semanas na escola. Por isso, é essencial trabalhar o acolhimento com o olhar atento aos recursos emocionais e de forma planejada", frisa. Por onde começar: segundo a especialista, a proposta é que, logo nos primeiros dias de aula, os alunos se sintam em um ambiente seguro, respeitoso e solidário, um espaço para a afirmativa de identidades e perspectivas. "O primeiro passo, portanto, é refletir sobre o que é necessário para criar esse ambiente. Fica claro que é essencial, por exemplo, que os professores sejam acolhidos para também poderem transmitir essa segurança aos seus alunos", comenta. Para ela, uma vez os professores se sentido equilibrados e prontos para reconstruir uma rotina presencial com os alunos, o segundo movimento é reconhecer a "paisagem emocional" de cada criança: quais os desafios que podem existir dentro e fora da escola e que demandam apoio e suporte afetivo e emocional dos educadores? "Questões como essa são cruciais para o acolhimento efetivamente acontecer", completa. Como funciona A metodologia da Semana de Acolhimento apresenta uma proposta de reconstrução das relações, com conteúdos que promovam a conexão entre todos da comunidade escolar. "Desafios como esse que estamos vivendo, algo totalmente inédito para a maioria de nós, evidenciam o quanto somos interconectados e o quanto o nosso bem-estar está diretamente atrelado ao bem-estar das pessoas ao nosso redor são fundamentais neste momento", diz. "É essencial que nós tomemos tempo para perceber a preciosidade das nossas relações e cultivá-las da melhor forma", reflete a especialista. As atividades são separadas em três grupos por faixa etária e trazem um passo a passo para guiar o professor na condução de cada etapa. Ao primeiro grupo é proposto, por exemplo, a elaboração de um autorretrato, uma oportunidade de se expressar e identificar o que há em comum com os colegas, assim como valorizar as diferenças. No segundo, os alunos são incentivados a fazer perguntas para aprender mais sobre os outros usando a arte. Já quanto ao terceiro grupo, um dos desafios é descobrir conexões, entre elas o que seus colegas de classe também devem estar sentindo. "O fato de ajudá-los a descobrir que está tudo bem sentir todas essas emoções e tranquilizá-los de que suas preocupações são normais incentiva a criação de uma mentalidade positiva", Completa. Para mais informações, acesse o site do Programa Soul. Informações à imprensa C3COM Comunicação e Relações Públicas Taiane Luz Taiane.luz@c3comunicacao.com (11) 95173-0154 Marilia Montich marilia.montich@c3comunicacao. | |