Poema à cidade de meu avós
Poema publicado no jornal de Espinosa - Minas Gerais
Espinosa
Espinosa, na poeira de suas estradas
Esconde a minha história,
O teu chão guarda a memória de meus avôs,
Suas ruas que desconheço,
Suas gentes que desconheço,
Suas igrejas que para mim nunca se abriram,
Suas praças, suas meninas
Seus velhos e suas historias para me contar,
Sua chuva, suas manhãs, seu pôr de sol
Tudo eu desconheço...
Tenho o mesmo rosto dessas pessoas em tuas ruas,
Tenho meus fantasmas em suas casas demolidas,
Tenho uma Espinosa sem forma,
Tenho uma Espinosa abstrata
Feita das lembranças de meus pais.
Tenho saudade dessa terra da qual não parti,
Não cheguei, não pisei e nunca vi.
Espinosa é para mim esse mistério
Feito de tempo, distância e desencontros,
É esse passado que desconheço,
É as rezas de minha avó...
Aquela gente sua, aquelas malas prontas
Partiram de sua estação de trem,
Aqueles funerais em suas ruas
Foram meus avôs indo embora
Para nunca mais te deixar,
Espinosa que conheço...
José Nunes Pereira
J.Nunes
José Nunes Pereira
Escrevi esse poema porque tenho uma ligação sentimental com a cidade de Espinosa MG onde estão sepultados meus avós paternos.
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