O ARCADISMO

 


Contexto histórico


As características do Arcadismo foram criadas durante um período que se contrapõe ao Barroco, escola literária que operou antes do Arcadismo. O Barroco era totalmente rebuscado ligado ao conflito de sentimentos, exagero e religiosidade. Já o Arcadismo oferta uma vida mais simples, com base na natureza. 

Para compreender melhor as características do Arcadismo é necessário saber o que acontecia em Portugal, berço desse movimento, durante o ano de 1.700. Iluminismo estava em ascensão, o que marcou o período conhecido como “Século das Luzes”. Isso porque as ideias estavam ligadas à metáfora do acender de uma lâmpada.

Nesse período, aconteceu também a Revolução Francesa com a Queda da Bastilha, marco da história moderna no Ocidente. Em consequência a burguesia fica em ascensão, o que muda o público que consome leitura. Outro grande momento foi a Revolução Industrial, que põe em giro o maquinário e o capitalismo. Esses fatores influenciaram nas características do Arcadismo na Europa.

Nesse contexto, surgiu o Arcadismo, sugerindo que tudo deve ser pensado e questionado. A teoria é que para tudo existe uma explicação através da razão.

Já no Brasil, o Barroco estava em alta, e em Minas Gerais o 
minério era a atividade econômica mais forte do país. O Brasil passava por um forte período de colonização, e paralelo a esse fator acontecia também a Inconfidência Mineira, que gerou os primeiros movimentos de independência. 

A Inconfidência Mineira contribuiu diretamente para as características do Arcadismo, no que diz respeito à literatura. Isso porque escritores em sua maioria fizeram parte desse movimento e foram entregues por Joaquim Silvério, o que resultou no enforcamento de Tiradentes e no exílio de outros escritores.

Principais características do Arcadismo



Como o Arcadismo surgiu com a proposta de contrapor o Barroco, a transição foi lenta por causa da quebra de paradigmas, em especial no Brasil. Isso porque a corrente foi trazida para o país através de filhos de burgueses que viajavam para estudar em Lisboa, e depois retornavam, achando o cenário “brega” e ultrapassado.

 Sendo assim o Conceptismo (estilo Barroco) representado pelo conflito, excesso e o forte traço religioso começou a se dissolver. Com o novo estilo, passou a ser evidenciado:

•    Busca da simplicidade, da razão e do equilíbrio
•    Inspiração na natureza
•    Reprodução dos clássicos com base na cultura Greco-Romana
•    Eliminação da subjetividade, dos sentimentos expressados com exagero
•    Amor galante, a mulher passou a ser exaltada e cortejada de forma muito elegante

Além desses pontos existem outros dois que são muito fortes e são imprimidos nas características do Arcadismo. São eles o Bucolismo e o Pastoralismo. O primeiro, está relacionado à natureza e tudo que está ligado a ela: moradia, passeios, forma de escrever, além das artes em geral. É a tradução do homem vivenciando a natureza.

Já o segundo, vem dos pastores que passam horas nos campos com as pastoras, com as ovelhas, cercados por cachoeiras, árvores, explorando ainda o dia, o sol e os ventos frescos. 

Era muito comum também a exploração do latim nos poemas e também no cotidiano. Exemplos:

•    Fugere Urbem: fugir do urbano;
•    Locus Amoenus: lugar ameno, o gozo da natureza;
•    Aurea Mediocritas: equilíbrio das riquezas;
•    Inutilia Truncat: abdicar do superficial da vida e conviver com o essencial; 
•    Carpe Diem: aproveitar o dia, viver com alergia, curtir o simples como apreciar a natureza;
•    O eu poético: exaltação da natureza e da mitologia; 
•    Crítico: absorveu a filosofia do Iluminismo, fazendo forte crítica à burguesia e ao estilo de vida dos burgueses;
•    Pseudônimos pastoris: os poetas fingiam outra identidade, se autointitulado pastores e assinavam suas obras como tal. As obras eram marcadas ainda pela simulação de sentimentos inexistentes.


Tipos de produção do Arcadismo


Existem dois tipos de produções que mais marcaram o período e as características do Arcadismo na literatura. São elas a Lírica e a Épica. Segue descrição de cada uma com suas definições:

Lírica: Poemas feitos com características simples, sem muito enfeite, exagero ou emoções dramáticas.
Épica: Era baseada no racionalismo, na valorizada os grandes feitos, no heroísmo do índio em detrimento ao homem branco.

Principais autores do Arcadismo 


Em Portugal:

• Manuel Maria Barbosa du Bocage
• Antônio Dinis da Cruz e Silva
• Pedro Antônio Correia Garção
• Marquesa de Alorna
• Francisco José Freire
• Domingos dos Reis Quita
• Nicolau Tolentino de Almeida
• Filinto Elísio

No Brasil:

• Cláudio Manuel da Costa – Introduziu o Arcadismo no Brasil com o livro Obras. O livro apresenta características do Arcadismo mas ainda é marcado também por traços do Barroco.
• Tomás Antônio Gonzaga
• Alvarenga Peixoto
• Basílio da Gama
• Frei Santa Rita Durão

Obras


Para entender melhor as características do Arcadismo, segue poema de Cláudio Manoel da Costa, em A poesia dos inconfidentes:

Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros, 
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros 
Pelo traje da Corte, rico e fino. 
Aqui estou entre Almendro, entre Corino, 
Os meus fiéis, meus doces companheiros, 
Vendo correr os míseros vaqueiros 
Atrás de seu cansado desatino. 
Se o bem desta choupana pode tanto, 
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, 
Aqui descanse a louca fantasia, 
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.





Arcádia (em grego, Αρκαδία) era uma província da antiga Grécia. Com o tempo, se converteu no nome de um país imaginário, criado e descrito por diversos poetas e artistas, sobretudo do Renascimento e do Romantismo. 

Neste lugar imaginário reina a felicidade, a simplicidade e a paz em um ambiente idílico habitado por uma população de pastores que vivem em comunhão com a natureza, como na lenda do nobre salvagem. Neste sentido possui quase as mesmas conotações que o conceito de Utopia ou o da Idade do ouro. Os habitantes foram muitas vezes considerados como tendo continuado a viver à maneira da Idade de Ouro, sem o orgulho e a avareza que corrompeu outras regiões.[1]

O tema é parte de mitos da Grécia antiga e era mencionado nos contos e nos discursos de alguns sábios como exemplo de vida.





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