1. Substantivo: "O substantivo é uma classe gramatical, logo é objeto de estudo da
morfologia. Entretanto, dentro da oração, ele possui função sintática. Por isso,
é importante entendê-lo a partir desses dois prismas, ou seja, morfológico e
sintático."
"Os
substantivos podem ser:
Primitivos: Quando
não são formados a partir de outra palavra. Exemplo: Livro
Derivados: Formados
a partir de outra palavra. Exemplo: Livraria
Simples: Nomes que
possuem apenas uma palavra. Exemplo: Chuva
Compostos: Nomes
formados por duas palavras. Exemplo: Guarda-chuva
Concretos: Quando
sua existência é independente, ou seja, não precisa de algo ou de alguém para
se manifestar. Exemplo: Mesa
Abstratos: Quando
sua existência depende de algo ou de alguém. Exemplo: Raiva
Coletivos: Quando
indicam coleção, conjunto de seres, desde que pertençam à mesma espécie.
Exemplo: Fauna (animais de uma região)
Comum: Quando não
especificam, pelo contrário, generalizam. Exemplo: menino.
Próprio: Quando
especificam, quando particularizam. Exemplo: João."
2. Verbo:
O verbo é palavra que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da
natureza, desejo, ocorrência. Ele apresenta as seguintes flexões de número,
pessoa, modo, tempo, aspecto e voz.
Exemplos:
·
Sou feliz.
·
Estou doente.
·
Fiquei cansado.
·
Amanheceu.
·
Que cheguem depressa!
·
Haverá muitos concertos.
Estrutura do verbo
O verbo é formado
por três elementos: radical, vogal temática e desinências
1.
Radical
O radical é a base.
Nele está expresso o significado do verbo.
Exemplos: DISSERT-
(dissert-ar), ESCLAREC- (esclarec-er), CONTRIBU- (contribu-ir).
2. Vogal Temática
A vogal temática se
une ao radical para receber as desinências e, assim, conjugar os verbos. O
resultado dessa união chama-se tema.
Assim, tema =
radical + vogal temática.
Exemplos: DISSERTA-
(disserta-r), ESCLARECE- (esclarece-r), CONTRIBUI- (contribui-r).
A vogal temática
indica a qual conjugação o verbo pertence:
1.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é A:
argumentar, dançar, sambar.
2.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é E e O: escrever, ter,
supor.
3.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é I: emitir, evoluir, ir.
3. Desinências
As desinências são os elementos que junto com o radical promovem
as conjugações. Elas podem ser:
Desinências modo-temporais - quando indicam os modos e os
tempos.
Desinências número-pessoais - quando indicam as pessoas.
Exemplos:
· Dissertávamos
(va- desinência de tempo pretérito do modo indicativo), (mos- desinência de 1.ª
pessoa do plural)
· Esclarecerei
(re- desinência de tempo futuro do modo indicativo), (i- desinência de 1.ª
pessoa do singular)
· Contribuamos
(a- desinência de modo presente do modo subjuntivo), (mos- desinência de 1.ª
pessoa do plural)
Flexões do verbo
Para conjugarmos os verbos temos de ter em conta as flexões de:
pessoa, número, tempo, modo e voz.
1. Flexões de pessoa:
1.ª pessoa (eu, nós)
2.ª pessoa (tu, vós)
3.ª pessoa (ele, eles)
2. Flexões de número:
singular (eu, tu, ele)
plural (nós, vós, eles)
3. Flexões de tempo: presente, pretérito e futuro.
4. Flexões de modo: indicativo, subjuntivo e imperativo.
5. Flexões de voz: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva.
Formas nominais
As formas nominais são três: infinitivo, particípio e gerúndio.
1. Infinitivo
O infinitivo não tem valor temporal ou modal. Ele é pessoal
quando tem sujeito e é impessoal quando, por sua vez, não tem sujeito.
Exemplo de infinitivo pessoal: O gerente da loja disse
para irem embora.
Exemplos de infinitivo impessoal: Cantar é
uma delícia!
2. Particípio
O particípio é empregado como indicador de ação finalizada, na
formação de tempos compostos ou como adjetivo.
Exemplos:
·
Feito o trabalho, vamos descansar!
·
A Ana já tinha falado sobre esse tema.
·
Calados, os filhos ouviram o sermão dos
pais.
3. Gerúndio
O gerúndio é
empregado para indicar uma ação em desenvolvimento.
Exemplos:
·
Estou comendo.
·
Encontrei João correndo.
·
Cantando, terminaremos depressa.
Classificação dos Verbos
Os verbos são
classificados em quatro tipos: regulares, irregulares, defectivos e abundantes.
1. Verbos regulares:
não têm o seu radical alterado.
Exemplos: falar,
torcer, tossir.
2. Verbos irregulares:
nos verbos irregulares, o radical é alterado.
Exemplos: dar,
caber, medir.
Quando as
alterações são profundas, eles são chamados de verbos anômalos. É o caso dos
verbos ser e vir.
3. Verbos defectivos:
os verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas as pessoas,
tempos e modos. Eles podem ser: impessoais, unipessoais e pessoais.
Impessoais, quando
os verbos indicam, especialmente, fenômenos da natureza (não tem sujeito) e são
conjugados na terceira pessoa do singular. Exemplos: chover, trovejar, ventar.
Unipessoais, quando
os verbos indicam vozes dos animais e são conjugados na terceira pessoa do
singular ou do plural. Exemplos: ladrar, miar, surtir.
Pessoais, quando os
verbos têm sujeito, mas não são conjugados em todas as pessoas. Exemplos: banir,
falir, reaver.
4. Verbos abundantes:
os verbos abundantes são aqueles que aceitam duas ou mais formas. É comum
ocorrer no Particípio. Exemplos: aceitado e aceito, inserido e inserto,
segurado e seguro.
4. Pronome:
O pronome é uma
classe gramatical variável, ou seja, flexiona-se em gênero e número. Ele tem a
função de relacionar o substantivo a uma das três pessoas do discurso (quem
fala, com quem se fala e de quem se fala), podendo ainda indicar a posse de um
objeto ou sua localização. Quando substituem o substantivo, denominam-se
pronome substantivo; quando o acompanham, pronome adjetivo.
Os pronomes
classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos,
indefinidos e relativos.
1. Pronomes
pessoais
Os pronomes
pessoais indicam as pessoas gramaticais, também chamadas de pessoas do discurso
(Eu, tu, ele, nós, vós, eles). Eles podem pertencer ao caso reto e ao caso
oblíquo. Para cada pronome reto, há um correspondente no caso oblíquo. Veja a
explicação!
Eu →Me, mim, comigo.
Tu → Te, ti,
contigo.
Ele → Se, o, a,
lhe, si, consigo.
Nós→ Nos, conosco.
Vós →Vos, convosco.
Eles →Se, os, as,
lhes, si, consigo.
Exemplos:
I. Lorenzo saiu de
férias. Ele vai viajar. (pronome reto – função sujeito)
II. Alguém me
chamou? (pronome oblíquo – função de complemento)
"2. Pronomes
de tratamento
Os pronomes de
tratamento indicam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos
interlocutores (parceiros na comunicação). Esses pronomes são divididos por
grau de formalidade, portanto, para cada contexto, há um pronome de tratamento
a ser utilizado. Embora indiquem interlocução (conversa), o que indicaria o uso
da segunda pessoa do discurso (tu), com os pronomes de tratamento, os verbos
devem ser usados na terceira pessoa. Veja os exemplos:
I. Vossa Excelência
está atrasada para a sessão. (Ministra)
II. Vossa Alteza
está muito elegante. (Princesa)
III. O senhor já
sabe quando chegará o ofício? (Pessoas mais velhas ou a quem se deve respeito)
IV. Você não
aprende mesmo! (Indica tratamento informal).
3. Pronome
possessivo
Os pronomes
possessivos estabelecem a ideia de posse entre o objeto e as três pessoas do
discurso. Portanto
1ª pessoa do
discurso (eu) → meu, minha, meus, minhas.
2ª pessoa do
discurso (tu) → teu, tua, teus, tuas.
3ª pessoa do
discurso (ele) → seu, sua, seus, suas.
1ª pessoa do
discurso – plural (nós) → nosso, nossa, nossos, nossas.
2ª pessoa do
discurso – plural (vós)→ vosso, vossa, vossos, vossas.
3ª pessoa do
discurso – plural (eles) → seu, sua, seus, suas.
Veja os exemplos:
I. O carro é meu.
(Objeto pertence à 1ª pessoa do discurso – eu)
II. Nossa casa é
linda. (Objeto pertence à 1ª pessoa do discurso – nós)
III. Sua roupa está
suja. (Objeto pertence à 3ª pessoa do discurso – ele ? ela)"
"4. Pronome
demonstrativo
Indica a
localização dos seres em relação ao espaço e ao tempo. Também se relaciona às
três pessoas do discurso, determinando a proximidade entre elas e o objeto.
Flexiona-se em gênero e número.
1ª pessoa → este,
esta, estes, estas, isto (Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que
fala).
2ª pessoa → esse,
essa, esses, essas, isso (Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem
se fala).
3ª pessoa → aquele,
aquela, aqueles, aquelas, aquilo (Os seres estão longe tanto do emissor (quem
fala) quanto do receptor (com quem se fala)).
Ex.:
Minha bolsa é
aquela.
Esta é minha
caneta.
Essa camisa está
suja.
5. Pronome
Indefinido
Os pronomes
indefinidos são usados para demonstrar imprecisão ou indeterminação, por esse
motivo, referem-se sempre à 3ª pessoa do discurso. Podem ser variáveis (sofrem
modificações quanto ao gênero e ao número) ou invariáveis (não se flexionam).
Quando acompanharem o substantivo, serão pronomes adjetivos, portanto,
exercerão a função sintática própria do adjetivo. Quando substituírem o nome,
serão, portanto, pronome substantivo, logo, exercerão as mesmas funções
sintáticas do substantivo. Veja os exemplos:
Alguém me chamou?
(pronome substantivo)
Muitas pessoas
precisam de assistência. (pronome adjetivo)
Acompanhe a lista
dos pronomes indefinidos:
Variáveis: algum,
bastante, certo, muito, nenhum, outro, pouco, qualquer, tanto, todo, um,
vários, quanto.
Invariáveis: cada,
nada, ninguém, alguém, algo, outrem, tudo, quem, demais.
6. Pronomes
relativos
Os pronomes
relativos recebem esse nome porque se relacionam ao termo anterior e têm a
função de substituí-lo. Eles são necessários para evitar a repetição
desnecessária dos termos. Veja os exemplos:
Essa é a empresa
que lhe falei.
A casa onde moro é
linda.
Não conheço a
pessoa a quem você entregou a carta.
Os pronomes
relativos podem ser variáveis ou invariáveis. Veja:
Variáveis: o qual,
cujo, quanto.
Invariáveis: que,
quem, onde.
5. Artigo:
é a palavra que se
antepõe ao substantivo com a intenção de particularizar ou indefinir o nome.
Como classe gramatical, possui reduzido valor semântico demonstrativo por ter
uma função delimitada na língua portuguesa, exercendo o papel de adjunto dos
substantivos. Pode ser classificado como definido ou indefinido. Apesar de
possuir função delimitada, o artigo pode provocar diferenças significativas de
sentido em uma frase.
Após uma longa
discussão, deputados propuseram um acordo.
Após uma longa
discussão, deputados propuseram o acordo.
As duas frases,
apesar de possuírem uma estrutura semelhante, apenas poderiam ser empregadas em
contextos diferentes. A primeira estrutura só poderia ser utilizada se o
interlocutor daquele que está enunciando não soubesse do que se trata o
referido acordo, pois o artigo um, nesta construção, está indefinindo o
substantivo. Na segunda construção, fica claro que o interlocutor sabe
previamente do acordo do qual se fala, pois o artigo o particulariza o nome.
Como classe
gramatical, o artigo subdivide-se em dois grupos:
→ artigos
definidos: o, a, os, as;
→ artigos
indefinidos: um, uma, uns, umas.
O artigo pode ser
dispensado quando outro identificador – lembrando que os artigos são adjuntos
adnominais – estiver explícito em uma frase. Por exemplo:
Aquele homem pegou
meu livro emprestado.
Observe que o pronome
demonstrativo aquele está substituindo o uso do artigo. Nota-se também que o
pronome possessivo meu torna desnecessário o emprego do artigo definido o, já
que no português, o uso do artigo o em “o meu livro” é redundante, embora seja
muito frequente na escrita e na fala.
Outra função
importante pode ser atribuída ao artigo: a função de substantivação. Ocorrerá
quando o artigo estiver associado a qualquer outro tipo de palavra, sendo
assim, ele exercerá o papel de substantivo.
Entre o querer e o
poder existe um longo caminho.
Na frase anterior,
as palavras querer e poder pertencem à classe gramatical dos verbos, mas neste
caso funcionam como substantivos, pois estão precedidas por artigos.
Podem, também,
combinar-se com algumas preposições, formando assim uma só palavra:
Os funcionários
aderiram à paralisação defendida pelo sindicato.
↓
↑
a+a (preposição + artigo)
per/por+os (preposição + artigo)
Além de definir ou
indefinir o substantivo, o artigo pode também indicar seu gênero
(feminino/masculino) e número (singular/plural).
o carro
(substantivo masculino e singular)
o telefonema
(substantivo masculino e singular)
uma rádio
(substantivo feminino e singular)
os carros
(substantivo masculino e plural)
Sintetizando: o
artigo se antepõe ao substantivo para determiná-lo ou particularizá-lo. Podem
ser definidos ou indefinidos e dentre suas variadas funções, está a
substantivação, que acontece quando o artigo assume o papel de substantivo em
uma frase. Você aprendeu o que é o artigo e seus diferentes usos. Pode parecer
complicado, mas lembre-se de que, como falantes da língua, a dominamos,
portanto, basta apenas ficar atento e seguir as regras gramaticais.
6. Numeral: Numeral é a palavra que atribui quantidade aos seres ou objetos,
denotando a eles um valor definido. Pode ter também função classificadora,
atribuindo noção de sequência. O numeral está entre as dez classes gramaticais
da Língua Portuguesa e pode apresentar, a partir da análise sintática de uma
frase ou oração, a função de adjunto adnominal.
Os numerais
propriamente ditos são os cardinais, que na escrita são representados pelos
algarismos arábicos ou romanos. Podemos subdividir os numerais em quatro
classificações: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.
Numerais cardinais
— Indicam a quantidade exata de seres:
Apenas dez dos
trinta alunos do oitavo ano compareceram na mostra cultural da escola.
Observe que dois
numerais cardinais foram empregados na construção da frase, dez e trinta. Nessa
oração, os numerais foram usados com a intenção de quantificar.
Numerais ordinais —
Indicam noção de sequência ou posição que algo ou alguém ocupam:
Os alunos do oitavo
ano ocuparam a segunda colocação na gincana realizada pela escola.
Estão presentes na
oração dois numerais ordinais que indicam a ideia de colocação, são eles oitavo
e segundo.
Numerais
multiplicativos: expressam a multiplicidade dos seres ou a multiplicação de uma
quantidade:
Os alunos do sétimo
ano arrecadaram o triplo da quantidade de alimentos do oitavo ano para a
gincana da escola.
Observamos na frase
a presença do numeral multiplicativo triplo para indicar a noção de
multiplicação. É importante observarmos que, efetivamente, especialmente na
modalidade escrita, apenas os numerais dobro e triplo são utilizados.
Dificilmente utilizamos os termos quádruplo, quíntuplo e assim sucessivamente,
pois esses numerais costumam ser substituídos pelas expressões quatro vezes,
cinco vezes etc.
Numerais
fracionários: Os numerais fracionários indicam a fração de uma quantidade de
seres ou objetos. Os mais comumente empregados são: meio, terço, quarto,
quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, vigésimo, centésimo, milésimo,
milionésimo quando empregados como equivalentes de metade, terça parte, quarta
parte etc.
Apenas um terço dos
trinta alunos do oitavo ano compareceu à mostra cultural da escola.
Observe que na
oração dada como exemplo a palavra terço indica a fração dos alunos, relacionada
a um todo, que compareceu ao evento da escola.
7. Preposição: A preposição faz parte da classe de palavras invariáveis da língua
portuguesa. Sua principal função é estabelecer entre palavras e orações
relações de sentido e de dependência, portanto, uma relação de subordinação.
Apesar de não desempenharem função sintática, as preposições são importantes
para a construção do texto, pois atuam como conectivos, elementos
indispensáveis para a coesão textual. Em determinadas situações, as preposições
serão fundamentais para a compreensão da frase ou da oração.
Classificação das
preposições
Para facilitar
nossos estudos, as preposições foram classificadas em preposições essenciais e
preposições acidentais:
Preposições
essenciais: Chamamos de preposições essenciais as palavras que não desempenham
outra função na língua portuguesa, atuando apenas como preposições. São elas:
a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em,
entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Os jogadores
jogaram a partida contra o time da casa.
O réu compareceu
perante o juiz para ouvir a sentença.
Os alunos estudaram
para a prova de matemática.
É importante
ressaltar que não devemos confundir a preposição a com o artigo definido a e
com o pronome a, visto que a preposição é uma palavra invariável, o que não
acontece com o pronome e com o artigo, que podem ser flexionados de acordo com
a estrutura sintática.
Preposições
acidentais: Diferente do que ocorre com as preposições essenciais, que não
podem exercer outra função a não ser a função de preposição, as preposições
acidentais são termos que, dependendo do contexto no qual se encontram, podem
atuar como preposições. São elas:
como, conforme, consoante, exceto, fora, mediante,
salvo, segundo, senão, tirante, visto etc.
A entrada na festa
só será permitida mediante pagamento.
Os alunos saíram-se
mal nos exames, visto que não estudaram.
A sentença foi dada
conforme o esperado.
À união de duas ou
mais palavras que atuam como preposição é dado o nome de locução prepositiva,
sendo que a última palavra da locução será, obrigatoriamente, uma preposição.
Observe os exemplos:
Por trás de, por
cima de, por causa de, perto de, junto de, junto a, abaixo de, acerca de, acima
de, ao lado de, de acordo com etc.
Por causa de sua
insatisfação, o funcionário pediu demissão de seu emprego.
A criança
aproximou-se e sentou-se perto de seus colegas de escola.
O trabalho deve ser
entregue de acordo com as regras determinadas.
As preposições
também podem formar combinações e contrações ao unirem-se com outras palavras.
Na combinação, a preposição mantém todos os seus fonemas. Observe os exemplos:
a + o(s) = aos
preposição + artigo
= combinação
Os diplomas foram
entregues aos formandos.
Quando a preposição
se une à outra palavra e, nesse processo, sofre alterações em seus fonemas,
dizemos que houve uma contração. Observe os exemplos:
da = de
(preposição) + (artigo)
no = em
(preposição) + o (artigo)
numa = em
(preposição) + uma (artigo)
dessa = de
(preposição) + essa (pronome demonstrativo)
Bentinho se mudou
da velha casa da rua Matacavalos.
Encontraram-se numa
festa qualquer e logo se casaram.
8. Conjunção: As conjunções são vocábulos gramaticais cuja função é reunir ou
relacionar orações em um mesmo enunciado. Quando houver duas ou mais palavras
com a função de conjunção, dizemos que se trata de uma locução conjuntiva. As
conjunções e locuções conjuntivas têm o objetivo de unir duas ou mais orações
ou palavras.
Essa classe de
palavras pode ser dividida em conjunções subordinativas e conjunções
coordenativas, e cada uma dessas classificações possui suas subdivisões
conforme a estrutura e o sentido determinados.
Uso das conjunções
nas orações
Antes de iniciarmos
a explicação sobre as conjunções propriamente, é importante recordarmos o conceito
básico de orações. A oração é uma unidade linguística em que se encontra
obrigatoriamente um verbo ou uma locução verbal. Observe os exemplos a seguir:
Ela esperou pela
amiga durante a tarde toda.
O cachorro fugiu de
casa. O cachorro voltou no dia seguinte.
No primeiro
exemplo, temos apenas uma oração, já que temos apenas um verbo. No segundo
exemplo, temos duas orações pela quantidade de verbos observados, e não
necessariamente pelo ponto final. Entretanto podemos usar uma conjunção para
transformar os dois enunciados do segundo exemplo em apenas um:
O cachorro fugiu de
casa, mas voltou no dia seguinte.
Acompanhe mais um
exemplo que segue a mesma linha de raciocínio, iniciando com duas orações e
dois enunciados e depois transformando-os em um só:
Você se machucou.
Eu soube.
Eu soube que você
se machucou.
Nos dois casos,
temos um enunciado com duas orações, já que em cada um temos dois verbos. As
palavras marcadas em vermelho são as conjunções que ligaram uma oração a outra
no mesmo enunciado.
Entretanto, a
conjunção mas e a conjunção que possuem classificações diferentes: a primeira é
uma conjunção coordenativa, e a segunda, subordinativa. Vamos aprender a
diferença entre elas?
Leia também: Coesão
– articulação textual que pode utilizar a conjunção como recurso
Conjunções
coordenativas
Quando duas orações
são independentes entre si e podem ser completamente entendidas uma sem-a
outra, dizemos que são orações coordenadas, ou seja, elas estão ordenadas em
conjunto, embora não necessariamente precisem estar juntas. Logo, as conjunções
coordenativas são responsáveis por juntar essas orações independentes no mesmo
enunciado, como no exemplo anterior.
Por reunirem termos
independentes, as conjunções coordenativas podem juntar termos menores do que
uma oração, contanto que tenham a mesma função dentro do enunciado. Assim,
podem juntar substantivos, adjetivos, advérbios, verbos, orações etc.
→ Classificação das
conjunções coordenativas
Recebem sua
classificação de acordo com a relação que estabelecem entre os termos que são
ligados por elas. É importante ressaltar que a conjunção coordenativa não se
altera com a mudança de construção em uma frase, pois ela liga elementos
independentes.
As conjunções
coordenativas podem ser aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas.
→ Conjunções
coordenativas aditivas
Estabelecem relação
de adição entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de conjunções
aditivas, temos “e” (para sentido positivo), “nem” (para sentido negativo),
entre outros.
Era uma pessoa
brincalhona e ativa.
Corria e brincava e
cantava.
Não estava feliz
nem triste.
→ Conjunções
coordenativas adversativas
Estabelecem relação
de oposição entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de
conjunções adversativas, temos “mas”, “porém”, “todavia”, “contudo” e “senão”
(quando possui significado de “mas”), entre outros.
Não gostava dele,
porém tinha um bom convívio.
Não falava, mas
gritava desesperadamente.
Sabia de muitas
coisas, contudo não foi capaz de resolver aquele enigma.
→ Conjunções
coordenativas alternativas
Estabelecem relação
de alternância entre as orações ou os termos conectados. Essa alternância pode
dizer respeito à incompatibilidade ou à equivalência entre eles. Como exemplo
de conjunções alternativas temos o “ou”. Dependendo do contexto, temos também
as conjunções alternativas “já”, “bem”, “talvez”, “ora”, entre outras. Elas
podem ou não aparecer repetidas entre os termos que ligam.
Vamos resolver isso
ou não nos encontramos mais.
Ora ficava
interessado, ora ficava disperso.
Talvez a fruta
esteja madura, talvez ainda esteja verde.
Embora não seja
consenso entre os gramáticos, alguns consideram, ainda, mais dois tipos de
conjunções coordenativas: as conclusivas e as explicativas.
→ Conjunções
coordenativas conclusivas
Estabelecem relação
de conclusão entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de
conjunções aditivas, temos, “pois”, “portanto”, “logo”, “assim”, “então”, entre
outros.
Eu saí de casa
atrasado, logo, perdi o voo.
Era muito gulosa,
então, não sobrou comida.
O céu estava muito
escuro, portanto, ia chover.
→ Conjunções
coordenativas explicativas
Estabelecem relação
de explicação entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de
conjunções aditivas, temos, “pois”, “porque”, “porquanto”, “que”, entre outros.
Bebeu toda a água,
porque tinha muita sede.
Amava o verão, pois
sempre ia para a praia.
Era uma criança
muito tímida, porquanto a família toda era assim.
Conjunções
subordinativas
Quando temos uma
oração sendo dependente da outra, ou seja, quando uma oração depende de outra
para ser entendida, dizemos que ela é uma oração subordinada à outra (que passa
a ser a principal). Assim, a conjunção que liga a oração subordinada à oração
principal chama-se conjunção subordinativa.
Classificação das
conjunções subordinativas
As conjunções
subordinativas podem ser integrantes ou adverbiais.
As conjunções
subordinativas integrantes iniciam as orações substantivas, que são aquelas que
possuem, em relação à oração principal, função de sujeito, objeto direto,
objeto indireto, predicativo, aposto, agente da passiva ou complemento nominal.
Temos como exemplo “que” e “se”.
Só era possível se
você estivesse lá.
Eles gostariam que
tudo fosse perfeito.
Leia também:
Diferenças entre a subordinada subjetiva e a objetiva direta
As conjunções
subordinativas adverbiais, por sua vez, introduzem orações subordinadas
adverbiais e são subdivididas em causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutivas, finais, modais, proporcionais,
temporais e integrantes.
→ Conjunções
subordinativas causais
Iniciam orações com
relação de causa, motivo da oração principal. São conjunções subordinativas
causais “que”, “porque”, “como”, entre outras.
Como não havia
estudado, foi mal na prova
→ Conjunções
subordinativas comparativas
Iniciam orações com
relação de comparação com a oração principal. Podem estabelecer relação de
igualdade, superioridade ou inferioridade. São conjunções subordinativas
comparativas “como”, “qual”, “mais que”, “menos que”, entre outras.
Exibia o seu
conhecimento como um pavão exibindo sua cauda.
Cozinhar é melhor
que pedir comida.
Desenhou algo menos
impactante do que costumava fazer.
→ Conjunções
subordinativas concessivas
Iniciam orações que
se mostram obstáculo para as ideias da oração principal. São conjunções
subordinativas concessivas “ainda que”, “embora”, “se bem que”, “apesar de
que”, entre outras.
Adorava dançar,
ainda que não ouvisse música com muita frequência.
→ Conjunções subordinativas
condicionais
Iniciam orações que
exprimem condições necessárias para realizar o que se declara na oração
principal ou fato (real ou suposto) que contradiz o que foi expresso na oração
principal. Como exemplos, temos “se”, “caso”, “sem que”, “uma vez que”,
“contanto que”, entre outros.
Se fizer muito sol,
vamos passear.
Ficaremos em casa a
não ser que faça sol.
→ Conjunções
subordinativas conformativas
Iniciam orações que
exprimem conformidade com as orações principais. São conjunções conformativas
“como”, “conforme”, “segundo”, entre outras.
Fomos correr pela
manhã conforme havíamos combinado.
→ Conjunções
subordinativas consecutivas
Iniciam orações que
são consequência daquilo que foi expresso nas orações principais. Como exemplos,
temos “tanto que”, “tal qual”, entre outros.
Ela treinou tanto
durante todos aqueles anos, que conquistou o campeonato.
→ Conjunções
subordinativas finais
Iniciam orações que
são finalidade do que foi descrito na oração principal. São exemplos “para”, “a
fim de”, entre outros.
Ela treinou muito
durante todos aqueles anos para conquistar o campeonato.
→ Conjunções
subordinativas modais
Iniciam orações que
exprimem o modo pelo qual se executou o fato expresso na oração principal. São
exemplos “sem que”, “de modo que”, entre outros.
Não poderia
apresentar-se sem que ensaiasse muito.
→ Conjunções
subordinativas proporcionais
Iniciam orações que
exprimem algo que ocorre, aumenta ou diminui na mesma proporção do que se
exprime na oração principal. São exemplos “à medida que”, “tanto quanto”,
“quanto mais”, “quanto menos”, entre outros.
Quanto mais nervoso
ficava, menos conseguia falar.
Era tão boa líder
quanto seu pai.
→ Conjunções
subordinativas temporais
Iniciam orações que
exprimem o tempo em relação ao que é dito na oração principal. Podem ter
relação de tempo anterior, posterior, frequentativo (ou seja, repetido) e
concomitante. Como exemplos temos “antes que”, “primeiro que”, “depois que”,
“quando”, “assim que”, “desde que”, “sempre que”, “a cada vez que”, “enquanto”,
entre outros.
Não falou nada
antes que terminasse o dever.
Depois que se
alimentou, foi fazer exercícios.
A porta abre-se
automaticamente sempre que alguém chega perto.
Enquanto chovia,
ele lia o texto com atenção.
Vale lembrar que
algumas conjunções subordinativas, como “que”, “como”, “porque”, “se”, entre
outras, podem pertencer a mais de uma classe gramatical. Nesse caso, é
necessário atenção, pois seu valor depende do contexto em que se inserem,
passível de ambiguidade.
9. Interjeição:
A interjeição faz
parte da classe de palavras invariáveis da língua portuguesa e tem como
principal objetivo traduzir para o papel a emoção presente na fala. Quando
representada na escrita, vem seguida de um ponto de exclamação, sendo conhecida
também como “palavra-chave”, pois representa em uma pequena expressão uma frase
que poderia ser descrita em um enunciado mais elaborado.
As interjeições
representam as inúmeras reações emotivas dos falantes e podem assumir o papel
do vocativo, além de unidades verbais, como o modo imperativo. Podem ser
representadas por quatro tipos:
1) Sons vocálicos:
Oh! Ah! Ui!
2) Palavras
utilizadas na língua: Olá! Oba! Puxa! Ora!
3) Palavras que
reproduzem ruídos animais ou de objetos: Tic tac, cliq, pá!
4) Locuções interjetivas:
Ai de mim! Cruz-credo!
As interjeições
podem também expressar ideias de:
Alívio: Ah!
Admiração: Oh!
Desejo: Tomara!
Dor física: Ai!
Impaciência: Arre!
Saudação: Olá!
Despedida: Tchau!
É importante
observarmos que as interjeições dependem dos contornos melódicos que conferimos
a elas no momento da fala, tornando-as mais ou menos expressivas de acordo com
o contexto no qual o falante está inserido.
10. Advérbio: Sabemos que em nossa língua portuguesa existem dez classes de palavras.
Destas, seis são variáveis, já que podem ser flexionadas em gênero, número,
grau, pessoa e tempo, são elas: artigo, adjetivo, pronome, numeral, substantivo
e verbo. Nosso objeto de estudo, o advérbio, está entre as quatro classes
gramaticais cujas palavras são chamadas de invariáveis: advérbio, conjunção,
interjeição e preposição.
As palavras
invariáveis são aquelas que não sofrem modificações, dessa forma, o advérbio
não admite alteração em sua forma, e sua principal função é modificar o verbo,
desempenhando na oração a função de adjunto adverbial. Pode também se referir a
outro advérbio para intensificá-lo, a um adjetivo ou a uma declaração inteira.
O advérbio denota uma circunstância e, conforme a situação, pode ser
classificado como advérbio de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo,
negação, tempo etc. Vejamos alguns exemplos:
Certamente ele estudará para a prova.
↓
advérbio de
afirmação
Talvez viajaremos para a praia nas férias
de julho.
↓
advérbio de dúvida
Os alunos ficaram bastante preocupados
com o resultado da avaliação de
Matemática.
↓
advérbio de intensidade
Os pais ficaram
observando o filho ao
longe enquanto ele brincava.
↓
advérbio de lugar
O funcionário
andava rapidamente
para não se atrasar.
↓
advérbio de modo
“A melhor definição
do amor não
vale um beijo.” (Machado de Assis)
↓
advérbio de negação
“Sempre/Eu te
contemplava sempre/Feito
um gato aos pés da dona/Mesmo em sonho estive atento/Para poder lembrar-te sempre (...)”.
↓
advérbio
de tempo
Como vimos, os
advérbios são classificados de acordo com o sentido que têm na frase. Quanto
aos advérbios de intensidade, existe em relação a eles uma particularidade,
pois eles podem modificar não só os verbos, como também podem intensificar o
sentido de outros advérbios. Observe:
Carolina era uma
mulher extremamente
bonita.
↓
↓
advérbio
adjetivo
de intensidade
As amigas chegaram cedo demais para o
espetáculo teatral.
↓ ↓
advérbio advérbio
de tempo de intensidade
Frequentemente o
uso de algumas palavras invariáveis pode gerar dúvidas, e essas dúvidas
geralmente estão relacionadas com o advérbio e o adjetivo. Para eliminar de vez
esse tipo de questionamento, é importante ressaltar que os adjetivos estão
relacionados com um substantivo e podem sofrer variação, enquanto os advérbios
relacionam-se com os verbos e não permitem variação em sua forma.
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