Caso seus gestos fossem controlados, sua fala pausada, calma e pensada, diriam que você é esnobe, controlador, estranho e suspeitável, porém se você fala alto, gesticula muito, e suas expressões são exageradas, tanto na fala quanto nos gestos, dirão que você é normal e confiável. Se os seus excessos expressivos são incompatíveis com o valor real do que expressas, dirão que você é normal e intenso. Todo esse rompante e essas atitudes de fala e gestuais excessivos podem revelar carência ou timidez.
Poderia pensar que seus exageros na fala, sua excitação dos movimentos e sua empolgação idiota, é resultado de sua carência, o silêncio é demasiadamente penoso para você, não ter onde aplicar toda essa excitação te leva a essa empolgação descabida e tola, certamente você não pertence a um grupo, posso afirmar que você não tem amigos ou pessoas para compartilhar afinidades e propósitos.
Quando uma alma está disposta a ouvir, você é pavoroso e hesitado, quase louco, quer purgar se do silêncio angustiante que você é obrigado a suportar porque você não tem pessoas que estão dispostas a escutar e a discutir suas ideias muito longe da realidade delas.
Nessas situações, diante dessas pessoas você é devorador e excessivo, você se tornar inconveniente desprovido do bom senso, no entanto, compreendo, essa frenesi é resultado de sua carência de pessoas que têm afinidades com seus propósitos e seus conceitos.
Engolir todos os pensamentos e sentimentos, e quase morrer entalado, é uma consequência, realmente desagradável. Calar quando a motivação e a empolgação nos agita por dentro e por fora, aceitar esse veneno e buscar uma porta de saída desse mundo de desencontros que nos amarguram, nos envenenam e nos matam de solidão, tédio e desespero.
Engolir nossa própria voz, não ter quem nos ouve e compartilhe com a gente um pouco das mesmas ideias. é de uma amargura apavorante.
Não tenho palavras que aliviam essa carência de público, o que posso dizer é que deixe de ser bajulador idiota, seja o controlador no corpo, nas emoções e na mente e aprenda a desfrutar de sua presença autêntica sem precisar fazer o papel de idiota excessivo. Simplesmente não se importe mais em passar uma imagem amigável, confiante e simpática através de suas falas e dos gestos expressivos e exacerbado. Vejo nesse comportamento muita solidão, timidez, insegurança e medo de ficar exposto. Não fale se não há publico apropriado, melhor o silêncio e a distância.
O ritual da vida é o que nos salva desse terror de existir entre paredes, cada situação deve ser valorizada por um ritmo e um ato solene que valoriza o acontecimento.
José Nunes Pereira
Autoconhecimento